Relógio antigo representando o passar do tempo — reflexão sobre o seguro de vida para idosos

Se você, assim como eu, já passou dos 65 anos e recentemente resolveu pesquisar um seguro de vida para idosos, provavelmente se assustou com os valores — especialmente nos planos que incluem indenização por morte natural (qualquer causa). É justo questionar se realmente vale a pena contratar um seguro na terceira idade frente aos custos elevados que encontramos nas tabelas das seguradoras.

Primeiramente, como ex-securitário com muitos anos de experiência, não me sinto no direito de afirmar categoricamente que é errado buscar conforto numa apólice, independentemente da idade ou do momento de vida — desde que a pessoa saiba exatamente o que busca ao considerar uma contratação. Se há necessidade, é porque algo aflige. E cada um sabe onde o calo aperta mais.

O parecer que vou compartilhar a seguir não é puramente técnico. Ele é baseado também na experiência de quem já viu, de perto, o acionamento de coberturas de seguro de vida que fizeram toda a diferença para famílias em momentos difíceis. Lembro-me, por exemplo, de um caso em que o próprio corretor tentou convencer o segurado (que infelizmente veio a falecer) de que a mensalidade do seguro de vida era alta demais e o sacrifício não valeria a pena a médio prazo.

Aqui vai a primeira reflexão:

Imprevistos não usam calendário.

Um acidente de carro tirou a vida daquele cliente e, não fosse a boa proteção que ele havia contratado — um seguro de vida pensado contra tudo e contra todos — sua família teria enfrentado sérias dificuldades. Apesar da idade, ele ainda era financeiramente muito responsável pelos seus entes queridos. Recentemente, soube que um de seus netos se formou médico pela UFES. E me peguei pensando o quanto daquele gesto de carinho do avô contribuiu para isso.

Então este texto é sobre isso: entender os motivos para contratar um seguro de vida para idosos. Vamos detalhar aspectos técnicos e emocionais deste tipo de apólice.

Duas formas de pensar o seguro de vida

Na minha visão, existem duas formas principais de encarar um seguro de vida — tanto para pessoas idosas quanto para outras faixas etárias: uma racional e outra emocional.

🧠 O lado racional do seguro de vida para idosos

“Seguro de vida” é um nome comercial, certo? Mas ele realmente assegura a nossa “vida”?

Quando pensamos em seguros de objetos, temos mais facilidade em estipular coberturas, porque danos materiais são quantificáveis. Mas e a vida, quanto custa? Não se pode emitir uma nota fiscal da vida de alguém. E mesmo que fosse possível, nenhuma seguradora conseguiria “comprar” ou “repor” uma vida igual à que se foi. A vida não tem preço. Por mais que soe clichê, essa é uma verdade absoluta.

Aqui entra a reflexão que sustenta o aspecto técnico:

A verdadeira função do seguro de vida individual é proteger a capacidade de gerar renda — ou, no caso de quem já não trabalha mais e é aposentado, proteger a estabilidade financeira já conquistada. A renda, sim, é quantificável.

Se podemos quantificar a renda, podemos quantificar a verdadeira necessidade por coberturas. Se você quiser saber qual é o tamanho da sua vulnerabilidade financeira, recomendo acessar a Calculadora de Riscos que desenvolvemos aqui na corretora. É um serviço gratuito, pensado justamente para isso: estimar a necessidade de proteção de forma personalizada e acessível.

Mas e o preço da apólice de seguro para idosos?

Contratar um seguro de vida não é apenas sobre descobrir qual é a cobertura ideal. É também sobre o quanto ela custa. No caso da cobertura por morte (qualquer causa), a precificação é feita com base em tabelas de mortalidade, desenvolvidas por atuários a partir do comportamento de grupos populacionais por faixa etária. Elas não preveem o futuro de indivíduos, mas são muito precisas ao analisar grupos. Por isso, quanto maior a idade do proponente ao seguro para idoso, maior o risco — e maior o valor do prêmio. Resumindo:

  • Tabelas de risco atuarial: A expectativa de vida por faixa etária, crucial para a precificação do seguro de vida na terceira idade, é definida com base nas tábuas biométricas.
  • Precificação do risco no seguro: A seguradora assume um risco futuro. Quanto maior o risco percebido (especialmente com o avançar da idade), maior o custo da proteção.

Na prática, o seguro de vida para idosos vale a pena?

No fim das contas, você colocará na balança o quanto se sente vulnerável e o quanto aceita pagar pela proteção de um seguro de vida para idosos. Em geral, uma pessoa na terceira idade já não tem tantos compromissos financeiros:

  • Os filhos são independentes;
  • Há uma renda de aposentadoria e alguma reserva;
  • Empréstimos têm seguros prestamistas;
  • Muitos já têm plano de saúde. Ou seja, no cenário ideal, essa pessoa vive mais para si — o que já traz tranquilidade.

Mas e as necessidades em vida de algumas coberturas?

Algumas coberturas servem como amparo, especialmente para quem não tem plano de saúde. Elas não substituem um plano, mas ajudam. Por exemplo:

  • DIH (Diária por Internação Hospitalar): Um valor fixo por dia de internação, um benefício importante no seguro para idosos.
  • DMHO (Despesas Médicas, Hospitalares e Odontológicas): Reembolso ou pagamento direto para procedimentos após eventos cobertos. Essas coberturas são úteis para quem depende do SUS ou tem planos com coberturas limitadas, tornando o seguro uma alternativa complementar.

E o cônjuge? Como o seguro de vida para idosos pode ajudar?

A pensão do INSS costuma ser vitalícia, mas depende de:

  • Idade do cônjuge (44 anos ou mais);
  • Tempo de contribuição (mínimo de 18 meses);
  • Duração da relação (mais de dois anos). Se o cônjuge tiver menos de 44 anos, a pensão pode ter duração reduzida. O seguro de vida para idosos complementa essa lacuna, oferecendo segurança financeira.

E os filhos?

Filhos menores de 21 anos têm direito à pensão. Maiores de 21, apenas se forem inválidos ou tiverem deficiência grave. O valor da pensão varia conforme o número de dependentes e o valor da aposentadoria. Um seguro de vida para idosos pode garantir uma indenização a esses dependentes e funcionar como valor adicional.

E o inventário?

A importância do seguro de vida para idosos aqui é grande. Para quem tem bens, o inventário pode ser custoso e demorado. O seguro de vida oferece liquidez imediata e não entra no inventário. Pode ser uma solução simples para um problema complexo, facilitando o planejamento sucessório. Mesmo pessoas com muito patrimônio, que usam previdência ou seguros resgatáveis, ainda podem usar o seguro de vida tradicional como complemento para essa finalidade.

Resumo do lado racional do seguro de vida para idosos: Se a vida está organizada e não há dependentes, o seguro pode parecer dispensável. Mas coberturas em vida, proteção ao cônjuge e liquidez para inventário continuam sendo bons motivos para considerar a contratação de um seguro de vida na terceira idade.

❤️ O lado emocional do seguro de vida para idosos

Já falamos da lógica financeira. Mas o seguro de vida mexe com o que sentimos. Lembro de uma frase do Nietzsche:

“Mostra-me a razão do teu orgulho que te mostrarei a fonte da tua insegurança.”

Essa frase merece atenção. Ela fala sobre como, muitas vezes, o que mais valorizamos na vida também esconde uma preocupação profunda. Orgulhar-se de ser o esteio da família, por exemplo, pode vir acompanhado do medo de deixá-la desamparada. E é por isso que tanta gente mantém suas apólices. Não por uma lógica financeira, mas por algo muito mais íntimo: o desejo de continuar cuidando.

Pessoas que passaram a vida trabalhando duro, sustentando a casa, educando filhos — e que, mesmo sem grande patrimônio, querem deixar algo através de herança. O seguro de vida para idosos, nesse contexto, vira uma herança simbólica. Não é sobre riqueza, é sobre carinho. É uma forma silenciosa de dizer: “Mesmo depois da minha partida, continuo cuidando de vocês.” Se isso traz paz, conforto e a sensação de dever cumprido, então o seguro de vida já terá cumprido sua função. Quem sou eu para colocar esse gesto na ponta do lápis?

Para resumir: Por que considerar um seguro de vida?

No fim das contas, o seguro de vida assim pode parecer caro. Mas o valor real está no que ele representa. Para alguns, é uma forma de garantir apoio financeiro em vida. Para outros, uma forma de proteger o cônjuge, evitar problemas com inventário ou simplesmente deixar tudo em ordem. E para muitos, é um último gesto de cuidado com quem fica.

Motivos para considerar o seguro de vida para idosos:

  • Coberturas em vida (acidente, doença grave, internação): principalmente se não tiver plano de saúde;
  • Proteção para o cônjuge: principalmente se as regras ou valores do INSS forem desfavoráveis, onde o seguro de vida atua como complemento;
  • Liquidez para inventário: evitando que os herdeiros precisem vender patrimônio às pressas;
  • Cobertura de despesas finais (funeral, cartório, tributos e demais pendências);
  • Amparo a dependentes, se ainda houver;
  • Paz de espírito com seu seguro de vida para idosos — um último gesto de carinho.

🔎 Avalie com calma seu seguro de vida para idosos

Se você tem renda, responsabilidades ou pessoas que contam com você de alguma forma, vale a pena refletir sobre um seguro de vida. A idade avançada por si só não define o que faz sentido — o contexto sim. Acesse a Calculadora de Riscos da Sanida e veja com clareza qual limite de coberturas e capital segurado podem ser adequados para o seu perfil.

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